A Olimpíada dos Bichos
Geraldo Daniel Amaral
Dizem que os homens
Costumam imitar os bichos.

São afinados como Canários,
traiçoeiros como Cobras,
gulosos como Porcos,
falantes como Papagaios,
e assim por diante.

Desta vez, os bichos resolveram imitar os homens.
Fizeram uma Olimpíada.
A “Primeira Olimpíada dos Bichos”.

O estádio olímpico
foi construído
pelo engenheiro João-de-barro,
que trabalhou muito
para tudo sair certinho.
Os Vaga-lumes
cuidaram da iluminação,
usando a energia dos Peixes-elétricos.
As Maritacas cuidaram do serviço de som.
Aprontavam uma gritaria tão grande que quase ninguém,
conseguia entender os avisos.
Na cerimônia de abertura,
enquanto a elegantíssima Tesoura
cortava a faixa,
milhares de Pombinhas sobrevoavam o estádio.
Uma esquadrilha de Andorinhas e Gaivotas
fazia vôos rasantes e belas acrobacias,
arrancando aplausos da platéia encantada.
Ao chegarem ao estádio,
todos os atletas eram saudados
pelo porteiro Bem-te-vi.
E recebiam beijinhos de boas-vindas
das recepcionistas Beija-flores.

Durante o desfile de Abertura,
cada delegação queria chamar mais a atenção.

Os Pingüins, vestidos a rigor, eram os campeões de elegância.
Os vaidosos Pavões pareciam arcos-íris ambulantes.
Os Leões exibiam penteados da última moda em suas jubas ruivas.
As Tartarugas não conseguiram passar esmalte em todo o casco a tempo para o desfile.
As Onças pintadas, e maquiadas, pareciam verdadeiras Panteras.
As Garças e Seriemas exibiam-se em finas e esbeltas pernas de pau.
Os bichos músicos
ou
os músicos bichos
fizeram uma bandinha
para animar as torcidas.
 Com a batuta,
o maestro Galo
regia
e dava o tom.
  O Elefante tocava corneta.
A Cascavel, o chocalho.
O Canário fazia os agudos. 
O Leão, os graves.
Enquanto o Ganso,
só desafinava.
Nas arquibancadas,
enquanto o Boi mascava chicletes
e o Gatão angorá penteava o bigode,
arrancando arrepios das Gatinhas,
o Porco descuidado
jogava lixo pra todo lado.
Para não pagar ingresso,
o Tatu resolveu fazer um túnel.
Os Cães de guarda,
responsáveis pela segurança,
convenceram o Tatu de que
isso não combinava com o espírito olímpico.
A escolha dos juizes
foi tumultuada.
Ninguém confiava na esperta Raposa.
O Urubu, mesmo com seu passo malandro, foi aceito
porque já veio com o uniforme preto.
No futebol, ninguém discutiu a indicação do Tamanduá,
pois ele já nasceu bandeirinha.
Os jogos começaram com uma disputa da pesada:
uma luta de sumô
entre o Elefante
e o Hipopótamo.
Nos saltos ornamentais,
A Baleia e o Golfinho
disputavam a medalha
dando um banho na torcida.
No basquete,
dona Girafa
não perdia um rebote
no garrafão.
Todos esperavam
uma vitória do Coelho
na corrida dos 100 metros rasos mas,
deu Zebra.
O Coelho, apressadinho,
perdeu-se no caminho.
  A Tartaruga
cismou de disputar a maratona
e, até hoje,
não chegou.
  No triatlo,
o Pato e o Marreco
disputavam quem era o mais veloz
na terra, na água e no ar.
No jogo dos insetos,
o time das Abelhas foi desclassificado
pois só queria fazer cera.
As Abelhas tentaram
passar um melzinho no juiz mas,
na hora “h”,
acabaram dando-lhe uma ferroada.
E foi aquele zum-zum-zum.
Ninguém se arriscou a assistir
o jogo dos felinos.
E muito menos,
a apitá-lo.
 O triste time das Hienas
perdeu todos os jogos mas,
ainda assim,
continuou rindo.
 O Canguru acabou tornando-se 
o verdadeiro símbolo do espírito olímpico:
lutou boxe,
disputou o salto triplo
e ainda deixou usarem sua bolsa
como cesta de basquete.
   A mesária, dona Coruja,
prestava muita atenção nos jogos
mas
era preciso uma memória de Elefante para guardar
tantos resultados.
  Por isso,
o Pica-pau registrava tudo
na árvore dos placares.
O time dos répteis ganhou muitas medalhas,
pois
só tinha Cobras.
O jogo de encerramento
foi uma partida de futebol
entre mamíferos.
O atacante Leão
metia medo na defesa adversária,
mas sempre evitava disputar,
no corpo-a-corpo,
com o beque Porco-espinho.
O meio-campo Camelo,
acostumado com quadras de areia,
jogou sem pedir água.
 O Elefante fechava o gol
mas o Macaco tava com a Macaca e,
aproveitando uma furada do Rinoceronte,
acertou uma bola bem no ângulo,
lá onde a Coruja costumava dormir.
E comemorou fazendo caretas.
Os bichos não fizeram o Quadro de Medalhas pois,
para eles,
o importante era competir.
Durante  a festa de encerramento,
todos se abraçaram
e se comprometeram
a manter aceso o espírito olímpico
até a próxima Olimpíada.
 Só o Bicho-preguiça
não quis saber de nada.
Balançando em sua rede,
assistiu toda a Olimpíada
pela TV Florestal.


Até a próxima Olimpíada!

FIM

 
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